sexta-feira, julho 07, 2006

Governo cria laboratório vocacionado para energia e geologia

O ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho, anunciou hoje a criação de um laboratório nacional vocacionado para a energia e a geologia, que trabalhará em articulação com as empresas do sector. A iniciativa está já incluída no caderno de encargos do concurso das eólicas.

Segundo Manuel Pinho, que falava no Porto na apresentação da Estratégia Nacional para a Energia, no campo da inovação será igualmente criado um fundo “com vários milhões de euros que permitirá afirmar Portugal como um centro de competências e de inovação nesta área de vanguarda tecnológica”.

Segundo fonte oficial do Ministério da Economia e da Inovação, o Governo destinará 35 milhões de euros a este fundo. O seu objectivo é financiar projectos de investigação estabelecidos entre empresas e universidades.

Durante a intervenção, o membro do Governo realçou a importância de Portugal preparar um futuro de menor dependência energética externa e de menores emissões de CO2. O objectivo terá que ser reduzir a dependência energética do exterior de 85 por cento de energia primária para 75 por cento, referiu.

O Governo quer ainda alcançar a meta de, em 2010, ter 39 por cento de energia eléctrica final com origem em fontes renováveis.
“O Governo já desempenhou o seu papel e agora é a vez da iniciativa privada”, sublinhou Manuel Pinho às dezenas de empresários presentes na sessão, que contou com os presidentes dos conselhos de administração da Galp Energia, José Marques Gonçalves, e da EDP, António Mexia.

O ministro da Economia e da Inovação presidiu hoje à conferência sobre Estratégia Nacional para Energia, no Porto, onde foram apresentados investimentos globais de 593 milhões de euros na área das energias alternativas, dos quais 343 milhões se destinam à criação do parque eólico Minho I, o maior da Europa.

O projecto, localizado na região do Vale do Minho e com um total de 240 megawatts (MW), é composto por cinco subparques e uma infra-estrutura eléctrica de ligação à rede nacional, contando com 120 torres eólicas de 2 MW de potência.

A produção bruta anual de energia será de 667 gigawatts e as emissões de dióxido de carbono (CO2) evitadas serão de 466 mil toneladas/ano. O projecto deverá estar concluído dentro de dois anos. Os parques eólicos de São Paio e Espiga e Arga foram outros projectos abordados na conferência.

Na área da biomassa florestal, a EDP-Bioeléctrica, detida em partes iguais pela EDP e pela Altri, apresentou o projecto de construção de sete centrais, cujo investimento estimado é de 250 milhões de euros. As centrais serão construídas nos distritos do Algarve, Santarém, Viseu, Braga, Castelo Branco (duas centrais) e outra entre Coimbra e Leiria.

De acordo com a Bioeléctrica, este projecto vai permitir criar emprego em zonas deprimidas, estimando-se que sejam criados 80 postos de trabalho directos e 600 indirectos. Este projecto, segundo a empresa, vai permitir diminuir o risco de incêndios, “criando condições para a limpeza de mais de 600 mil hectares de floresta”.

Uma das vantagens apontadas pelos responsáveis do projecto é a diminuição da dependência externa, evitando a importação anual de 80 milhões de metros cúbicos de gás natural, no valor de 15 milhões de euros.

Em relação às metas ambientais, a EDP-Bioeléctrica estima uma produção anual de 750 gigawatts e emissões evitadas de CO2 de 480 mil toneladas por ano. O projecto terá uma instalação de 120 MW e conta com um prazo de quatro anos para estar concluído (2006-2010).

07.07.2006 - 19h24 Lusa